A moda e o modismo



Há que se evidenciar, dentro do meio social, as críticas que se têm em relação a massificação de algo, ou melhor, a popularização excessiva de um fenômeno social, gera-se uma produção abundante em nome do consumo, uma globalização de um determinado padrão de conduta, neste sentido, a nomenclatura que se destaca para atribuir um significado negativo em função da banalização de algo, a saber: o modismo.
   


O modismo é uma expressão ligada em um ponto de vista negativo sobre determinado fenômeno e essa lógica é embasada por discursos a partir de construções ideológicas que tem como pressuposto uma visão de contracultura e que, tal visão, é essencial para a problematização de questões sociais, principalmente, da banalização propriamente dita, porque o núcleo da dinâmica de contracultura é, para além da moralidade, antes de tudo, um pensamento ético, uma vez que a ética precisa de ambientes verbais que tenham o contexto propício para a auto-observação e essa condição inexiste dentro de um já banalizado fenômeno cujo não possuir a comunicação em um ambiente adequado para o estudo de si.

É provável que, a partir dessa massificação, a própria moda receba status de superficialidade, de algo que não possua uma identidade própria, que fica por cima do muro, todavia, realizando uma análise mais cuidadosa através do enfoque behaviorista (comportamental), entende-se a relação funcional da moda com a sociedade, porquanto, ela nada mais é do que um estímulo que discrimina, ou seja, evidencia o que está acontecendo no presente, no momento atual, desta feita, a moda é uma expressão ideológica de uma conjuntura econômica, política e cultural.

Não é a toa que, por volta de 1956, o mundo começou a querer ficar mais jovem com jaqueta de couro por causa de figuras como Marlon Brando, James Dean e o próprio Elvis Presley com o rock criando uma atenção especial para o jovem gerando, em uma perspectiva econômica, mais capital para o mercado do vestuário, visto que, anteriormente à essa época, os jovens eram vistos, apenas, como mini adultos, ou seja, não havia uma especificidade para este público.
Marlon Brando no filme: The Wild One 
James Dean no filme: Rebel Without a Cause



Já no final dos anos 60 por exemplo, a moda passou a ter um estilo mais futurista em função da chegada do homem à lua.

                                                         

entusiastas do estilo Factory
Os Yuppes




70s moda Disco
E o que dizer dos anos 70? Época de muito brilho e das discotecas. Percebe-se que o brilho tinha uma função específica: disfarçar a realidade proveniente do pós guerra do Vietnã, tanto é, que a impressão que se tinha é que o sonho havia acabado, às ruas eram mais sujas, os filmes eram mais profundos, falavam sobre a natureza humana, a título de exemplo tem-se o Laranja Mecânica, O Poderoso Chefão, Taxi Drive, Rambo programado para matar – sim, esse filme é muito interessante para analisar a profundidade do personagem principal. 
Cena da série Get Down





Filme Taxi Drive











Fica, então, notória a relação funcional que a moda possui com a sociedade, é inegável sua contribuição para expressar os comportamentos e valores de uma determinada realidade, pois sua participação no meio social é devido a análise do contexto histórico, do ambiente e do comportamento dos indivíduos pertencentes ao meio.

A moda, também, repercute na arte da tatuagem, em cada época existe uma interpretação do que é a tatuagem e o que significa fazer uma tatuagem e em última análise, verifica-se quais os estilos de tatuagens estão sendo mais procurados, há que se pensar do mesmo modo – como dito anteriormente – em relação a este nicho de mercado, do porquê determinado estilo está mais destacado do que outro a partir de uma perspectiva mais ampla, com uma visão macrossocial, olhando para a cultura, para a política, para a economia que perpassam em discursos sociais.


Jorge dos Santos - Psicólogo             

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